“A transmissão se dá através
da picada da pulga, pela placenta e transfusão de sangue, e a mortalidade nos
animais não tratados pode exceder 30%."
Hemobartonelose é uma doença
infecciosa causada por uma rickettsia (gênero de bactérias carreadas por
parasitas como carrapatos, pulgas e piolhos) a Haemobartonella
felis. Esta bactéria invade os eritrócitos (células vermelhas do
sangue) causando sua destruição. A transmissão se dá através da picada da
pulga, pela placenta e transfusão de sangue, e a mortalidade nos animais não tratados pode exceder 30%.
Sintomas
Os sintomas apresentados se desenvolvem em função de um quadro anêmico que a
doença provoca, tais como: apatia, prostração, febre, esplenomegalia (aumento
do baço), mucosas descoradas e ictéricas (amareladas) e perda de peso em função
da redução do apetite. Mas cuidado! Em muitos animais, a doença pode ser
assintomática, mesmo se o animal é portador do agente. Isto acontece
normalmente enquanto a imunidade do animal está ativada, pois, do contrário, ele
passa a manifestar sintomas.
Diagnóstico
O diagnóstico é realizado através do histórico de infestação maciça de pulgas
(maioria das vezes) e concluído por exame de sangue, ou seja, detectando a
presença do microrganismo na superfície dos eritrócitos. Quanto ao tratamento,
este pode ser autolimitante, ou seja, o próprio organismo ativa o sistema
imunológico e vence a infecção, ou em alguns casos é necessário entrar com
antibióticos e terapia de suporte (hidratação, alimentação endovenosa,
vitaminas etc.). Deve-se evitar a internação, pois, particularmente em felinos,
o estresse passado diante deste processo (longe dos seus tutores e do ambiente
ao qual estão acostumados) tende a agravar o quadro da doença.
Tratamento
Os casos mais graves são aqueles em que ocorrem as chamadas comorbidades, ou
seja, doenças que surgem em conjunto à Hemobartonelose, o que agrava os
sintomas e exige um tratamento mais criterioso. No entanto, aqueles animais que
apresentam outras doenças associadas ou um sistema imunológico deprimido, por
inúmeros motivos, incluindo o estresse ou tratamentos prolongados com
corticosteroides (anti-inflamatórios hormonais que podem deprimir o sistema
imunológico e são utilizados, por exemplo, em quadros de alergia)
intensificam os sintomas da doença e aumentam a possibilidade de óbito.
Uma vez conseguida a cura clínica, ela pode recidivar no futuro ou não,
dependendo de o microrganismo encontrar condições favoráveis (imunodepressão)
de seu hospedeiro (animal), não ocorrendo desta forma uma cura total e
completa, tornando o animal um portador para o resto da vida ("portador
são").
Quanto à prevenção, não há imunização específica para esta doença, ou seja, não
há vacinas, no entanto, um bom controle das pulgas do animal associado a uma
vida regrada e com qualidade (boa alimentação, controle de parasitas
intestinais etc.) e utilização de medicamentos sempre prescritos por
profissionais habilitados são importantíssimos para que o animal diminua a
possibilidade de contágio do microrganismo e também tenha um sistema
imunológico sempre ativo.
Fonte: Marcos Eduardo
Fernandes
Médico veterinário homeopata
0 comentários:
Postar um comentário